Aécio e Campos cobram ação da presidente Dilma
Rousseff sobre ataques em perfis de jornalistas
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Aécio Neves e Eduardo Campos criticam e cobram providências de Dilma | Estadão Conteúdo |
Os
candidatos à Presidência da República, Aécio Neves (PSBD) e Eduardo Campos
(PSB), cobraram providências da presidente Dilma sobre a denúncia de que a rede
de internet do Palácio do Planalto foi usada para alterar o perfil na Wikipédia
dos jornalistas da Rede Globo, Miriam Leitão e Carlos Sardenberg.
Em evento de campanha em Manaus (AM), neste sábado (9), Aécio
afirmou que considera uma “demonstração de autoritarismo” o caso, segundo
informaçõesapuradas pelo G1.
Para o candidato, “está na hora”
de a presidente dizer “com clareza” que providência está tomando. Na última
sexta-feira (8), o candidato havia afirmado que o Planalto “age para
desmoralizar jornalistas”.
Em agenda eleitoral em João Pessoa (PB), Eduardo Campos também disse ao G1 que o caso é “muito grave” e que o episódio demonstra que a sede
do Executivo federal se transformou em um comitê eleitoral.
Entenda o
caso
Reportagem do jornal O Globo desta sexta-feira (8) denunciou o uso da rede de internet do Palácio do Planalto para
alterar o perfil dos dois jornalistas globais na Wikipédia. Foram incluídas críticas e difamações
aos dois no site colaborativo.
A reportagem de Paulo Celso
Pereira afirma que um IP da Presidência da República fez as mudanças em maio de
2013.
Segundo os trechos incluídos
direto do Planalto, Míriam Leitão fez análises econômicas
"desastrosas" e "pessimistas", além de ter defendido de
forma apaixonada o ex-banqueiro Daniel Dantas, condenado por corrupção ativa.
Já Sardenberg foi descrito como
crítico dos "cortes de juros promovidos nesses governos [Lula e
Dilma]". Sua conduta jornalística foi colocada em xeque com a inclusão da
informação de que ele é irmão de Rubens Sardenberg, "economista-chefe da
Febraban, instituição que tem grande interesse na manutenção de juros altos no
Brasil, uma medida geralmente defendida também por Carlos Alberto Sardenberg em
suas colunas".
Míriam e Sardenberg ficaram
revoltados com os ataques e desmentiram todas as informações incluídas nos
respectivos perfis direto do Palácio do Planalto.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) repudiou as
adulterações e divulgou nota
demonstrando preocupação com o caso.
"Tais adulterações tiveram claro objetivo de denegrir a imagem dos dois profissionais e devem ser apuradas com rigor pelo Palácio do Planalto", diz a nota da ABI, que considera o episódio "insólito" e "sem precedentes no regime democrático em voga no País".
"Tais adulterações tiveram claro objetivo de denegrir a imagem dos dois profissionais e devem ser apuradas com rigor pelo Palácio do Planalto", diz a nota da ABI, que considera o episódio "insólito" e "sem precedentes no regime democrático em voga no País".
"É inaceitável e compromete o
direito à liberdade de expressão; a intervenção direta da Presidência da
República nos remete ao período da ditadura, quando expedientes como estes, ao
lado de ações violentas, foram usados para perseguir e silenciar jornalistas
críticos ao governo", conclui a nota da entidade.
(Com
Estadão Conteúdo)
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