Goleiro do Santos é vítima de racismo em jogo contra o Grêmio


De forma triste e deplorável, o racismo está voltando a acontecer no futebol brasileiro. A última vítima foi o goleiro do Santos, Aranha, que defendia o clube no jogo desta quinta-feira (28) na arena do Grêmio. O Santos derrotou o dono da casa por 2 a 0 pelas oitavas de final da Copa do Brasil.  
Câmeras do canal 'ESPN Brasil' gravaram o momento em que uma torcedora chamava o goleiro de macaco e o restante do grupo ficou fazendo sons em alusão ao animal. Aranha preferiu não prestar queixa diante do ocorrido.  veja vídeo

Porém, ao sair do campo, ele mostrou revolta contra a torcida e fez questão de lembrar que o próprio Grêmio já realizou campanha contra o racismo nos campos brasileiros: "A outra vez que viemos aqui jogar a Copa do Brasil tinha campanha contra racismo, não é à toa. Xingar, pegar no pé é normal. Agora me chamaram de 'preto fedido, seu preto, cambada de preto'. Estava me segurando. Quando começou o corinho com sons de macaco eu até pedi para o câmera filmar, eu fiquei p... .Quem joga aqui sabe, sempre tem racista no meio deles".  Ele finalizou falando da infiltração de racistas nas torcidas: "Está o recado para ficarem espertos para a próxima partida. Tem leis, mas no futebol sabemos que o torcedor usa de várias maneiras para desestabilizar. Não vou deixar de jogar o meu futebol por manifestação de torcedor. Dói, mas tenho que jogar".  
Os demais jogadores do Santos lamentaram a situação, com repúdio. "A gente vive em uma democracia. Acho que todos são iguais, independentemente da cor. Isso é lamentável no futebol. "Tem que ser banido do futebol. Não deve nem entrar no estádio. O Aranha foi muito feliz em denunciar, porque só assim a gente combate isso" declarou o zagueiro Edu Dracena.  
O atacante Robinho disse que não viu os insultos, mas afirmou que o racismo é inadmissível: "Não vi, sinceramente, mas os insultos são normais, sabemos que jogando aqui vão nos insultar, mas não sei se falaram alguma coisa de racismo. Isso a gente não admite. Em 2014, sabemos que isso é normal de acontecer, mas a cor de pele não diferencia ninguém". 
O volante Arouca, que também já foi vítima de racismo, disse que espera atitudes das autoridades no caso: "Se tem imagem fica um pouco mais fácil. Espero que as autoridades possam tomar uma atitude. Não dá para aceitar mais isso. Algumas pessoas veem outras fazendo e fazem, também. Enquanto não houver uma punição severa, vamos continuar passando por isso".  
Com informações do portal 'Terra'.  

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