Novo comandante da entidade fala em “modernizar o futebol”, mas critica MP de refinanciamento das dívidas dos clubes

Foto: Rafael Ribeiro /CBF /Divulgação



O futebol brasileiro tem novo dono. Nesta quinta-feira, em cerimônia na qual não foi liberada a presença da imprensa, Marco Polo del Nero recebeu das mãos de José Maria Marín a presidência da Confederação Brasileira de Futebol. No discurso de posse, transmitida apenas pela TV oficial da entidade, o cartola prometeu “modernizar o futebol brasileiro”, mas criticou a Medida Provisória do governo federal sobre refinanciamento das dívidas dos clubes.
Ladeado pelos novos diretores da CBF e presidentes de federações, o ex-presidente da Federação Paulista de Futebol assumiu o cargo e encampou um discurso que agrada aos seu eleitorado. 
"A CBF, as federações e os clubes, neste momento, discordam de alguns aspectos da Medida Provisória 671 que violam a Constituição Federal, invadem a administração de clubes e federações e promovem a cisão da unidade do futebol brasileiro, relegando os clubes que adotem o parcelamento de débitos, objetivo central da MP, à incerteza de participação em competições oficiais. Por isso, peço ao ministro dos Esportes: nos ajude nesse reparo", afirmou o mandatário.
O grande temor de clubes, federações e confederação é as contrapartidas de responsabilidade que o governo federal quer para que os débitos milionários das agremiações sejam parceladas.
O desejo dos cartolas é gerirem eles próprios as possíveis contrapartidas e punições em caso de descumprimento das obrigações financeiras, situação que foi verificada em outros refinanciamentos. 
Em entrevista ao blog do jornalista Rodrigo Mattos, o novo secretário-geral da confederação, Walter Feldman, explicou como a entidade pretende gerenciar esta questão.
“A CBF já aprovou mudanças que antes não havia: o fair play trabalhista. Os atletas podem questionar é a tonalidade da mudança. Federações e clubes vão incluir em seus estatutos punições para quem não cumprir medidas, as punições. Mas não pode vir por lei”, afirmou, demonstrando discurso afinado com a MP 671.
E lamentou o descompasso entre a opinião pública e da imprensa com o pensamento da cartolagem que comanda o futebol brasileiro. 
“O que acho estranho é como a sociedade não criticou (a Medida Provisória). Não estão nem dando chances ao Marco Polo de assumir para apresentar a nova gestão. A imprensa tem dificuldade enorme de reconhecer melhorias. Quando toda a imprensa só fala em 7 a 1, já está em 8 x 0 para nós. Não tomamos gol (nos amistosos comandados por Dunga após o Mundial 2014).”

Fonte : Goal

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